Tratar a mulher muito bem dentro de casa, nas ruas, em qualquer espaço. Tratar com toda a consideração, com carinho, com todo acolhimento. Essas cenas deveriam ser as mais naturais nas relações afetivas. Precisamos resgatar essas formas de amar que, especialmente a partir da pandemia, se degeneraram entre parcela significativa da sociedade brasileira.
O cotidiano de mulheres no Brasil tem se tornado cinzento: criaram-se formas de desamor, da simples desatenção à crueldade. Pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e Datafolha mostrou que, em 2022, a cada minuto 35 mulheres foram agredidas no Brasil, alvo de ofensa verbal (23,1%), chutes e socos (11,6%), espancamento ou tentativa de estrangulamento (5,4%), ameaça com faca ou arma de fogo (5,1%), lesão por objetos (4,2%), esfaqueamento ou tiro (1,6%).
“Saber amar/Saber deixar alguém te amar”: Os Paralamas de Sucesso traz sabedoria de jeitos de viver. E por que a intolerância anda solta no ar? Por que tanto desentendimento? Não faltam leis. Nas últimas décadas construímos no Parlamento uma das redes protetivas para a mulher mais avançadas do mundo. Mais recentemente, o texto que escrevi criminalizando a importunação sexual tornou-se lei e hit popular. No carnaval e no dia a dia.
Laura Carneiro – Advogada e deputada federal (PSD-RJ)
Fonte: Correio Braziliense